3 razões para se reconectar com a natureza em suas viagens

Eu já viajei para vários lugares e inclusive acabei de voltar da SUIÇA e de PORTUGAL. A comida e a história de Portugal são únicas mas o que eu vivi na Suiça me traz para um estado de espírito diferente. A perfeição da natureza me deixa sem palavras. Sabe quando as fotos não conseguem traduzir o sentimento? O vazio é tanto que você escuta aquele zumbido no ouvido: piiiiiiiiiiiii e você pensa consigo mesma “Deus existe!” Quando eu tento recordar esses lugares as imagens não me vêem a cabeça mas no lugar delas eu consigo reviver o mesmo sentimento.

O silêncio da montanha fala comigo. Já escrevi várias vezes que a montanha te escolhe e te chama para viver coisas, voltar e ser um ser humano diferente. Várias montanhas já me chamaram para que eu pudesse ouvir o silêncio, é no silêncio que estão todas as respostas para nossas questões mais íntimas.

Dentro do que chamamos de natureza estamos nós humanos, somos parte dela então quando você entra em contato com outras pessoas que vivem de forma diferente da sua, existe a oportunidade de aprender, voltar e fazer de outro jeito porque às vezes o seu jeito pode não ser a “melhor” forma de fazer ou ver as coisas.

 

Então eu quero te dar 3 RAZÕES e 3 DESTINOS para se reconectar com a natureza!

 

1. O mundo mudou, evoluímos muito tecnologicamente mas como seres humanos deixamos muito a desejar. Vivemos tempos de desconecção, deixamos de ser fiéis aos nossos valores porque estamos corrompidos pelos nossos desejos e medos.

Quando eu estive no LAGO TITICACA que é um portal para outro Universo paralelo e convivi 1 noite com o Walter e sua família eu resgatei a importância dos pequenos detalhes, de se ter valor interno e entendi o que é “ser” 5 estrelas, muito mais do que “ter” 5 estrelas. Lá não existe o TEMPO.

O LODGE do Walter é um Airbnb, ele tem uma pequena ilha de Uros que é uma ilha artificial feita de totora, uma espécie planta aquática. Essas pequenas ilhas foram construídas pelas famílias ao longo da história. O Walter explicou que o pai dele fez a primeira ilha e depois dividiu como herança entre 4 irmãos e então cada um deles ficou responsável por cuidar e reconstruir suas pequenas ilhas. Essas ilhas exigem manutenção e reconstrução contínua o ano todo porque as plantas vão morrendo e novas totoras precisam ser colocadas no lugar. Da varanda do meu quarto dava pra ver a ilha da irmã dele e o tempo todo ela estava trabalhando na manutenção da ilha.

Na ilha do Walter tem somente uma suite linda, muito confortável, onde tudo foi feito por ele e pela mãe que mora com ele. Tudo que tinha no quarto ele trouxe com seu barco, é inacreditável. Cama king, lençóis de mil fios, edredon de pena de ganso, tudo bordado a mão, aquecedor e uma sala separada para as refeições, tudo limpíssimo e cheiroso. O que teve de melhor foi o Walter, sabe um ser puro, gentil, amoroso. Ele nos surpreendeu antes de dormir com bolsas de àgua quente para esquentar os pés, a comida preparada pela mãe dele era simples e deliciosa com prato decorado com flores. Eles nos levou para fazer um passeio de barco no pôr do sol, nos contou sua história e como a gente precisava sair às 05h da manhã no dia seguinte para seguir viagem, ele nos levou de barco esse horário num frio surreal de congelar.

O barco era pequeno, ele apareceu de madrugada com umas 10 mantas muito limpas, nós sentamos, ele nos envolveu com todas elas e foi em pé com um casaco básico apenas, em pé no vento dirigindo o barco até o porto, uma viagem que durou uns 30 minutos. Juro, eu fiquei ali só com os olhos de fora, vendo o céu limpo e cheio de estrelas, dava pra ver toda a via láctea e me fiz a seguinte pergunta: Em que momento nós perdemos isso? Em que momento da nossa história nós deixamos de nos preocupar com o outro?

Lá no LODGE do Walter todas as pequenas coisas são muito honradas e respeitadas, eles dão valor a cada pequeno objeto, e tudo é único, à natureza ao redor, às pessoas, eles amam as totoras, elas são sagradas pra eles, a família é sagrada. Sagrado é a função de dar sentido, nós perdemos isso, o sentido das coisas.

2. Os ciclos da natureza, o dia e a noite, as estações do ano, tudo acaba e renasce.Tudo tem começo, meio e fim. Os ciclos da natureza nos ensinam também sobre os ciclos da nossa vida. Ciclos de relacionamentos, de amizades, de trabalho, de fases como as fases da lua. Precisamos aprender a encerrar ciclos. Precisamos aceitar que tudo bem ficar triste, que tubo bem perder porque a vida é assim e tudo que é bom ou ruim não vai durar para sempre.

Nessa viagem da SUIÇA e também de PORTUGAL os ciclos me ensinaram tanto. Quando chegamos na Suiça estava chovendo, a gente queria neve, o tempo mudou e nevou a noite toda, no outro dia subimos para MURREN (vilarejo nos Alpes) e estava tudo branquinho mas tão branco que era difícil enxergar sem óculos de sol, no outro dia a gente queria ver a neve caindo e quando chegamos em ZERMATT fechou o tempo, as montanhas fecharam e acordamos com uma nevasca que eu nunca vi igual na vida, juro dava vontade de se jogar no chão e ficar lá só olhando a neve cair sem pensar em nada.

No final da viagem eu ia para PORTUGAL e fiquei de olho na previsão do tempo, chuva todo dia. Pensei, não é possível vai chover bem nos meus dias hahaha. No primeiro dia choveu mesmo, foi perfeito porque era o dia que eu estava sozinha na casa da Flávia minha amiga e a gente precisava desse clima para pôr as fofocas em dia. No segundo dia saiu o sol e veio uma onda de calor que durou 10 dias, parecia verão e eu tive que comprar roupas. Num desses dias fomos pra SINTRA (podem colocar 1 noite nessa cidade que vale a pena), fomos visitar o CASTELO DA PENA. Essa cidade é muito pitoresca e parece cena de filme desses tipo “Alice no país das maravilhas” e o castelo fica tão tão alto que você vai subindo de carro por uma estrada estreita e vê ele lá em cima. Chegando na bilheteria sobe de ônibus uma parte e anda mais um pouco numa rampa, parece que você tá indo pro céu. Na entrada vários andares com escadas e você vai subindo até chegar num mirante, uma espécie de ROOFTOP. Começamos a subir com sol de 30 graus depois de todo esse caminho quando eu sai na varanda do alto, o castelo estava tomado pelas nuvens, pensei que tinha morrido e chegado céu. Foi impressionante, o tempo fechou em questão de segundos como mágica. Esse tipo de coisa não vem no pacote, você precisa ter outros olhos para ver.

A natureza muda em instantes, assim também somos nós. Assim é a nossa vida.

 

3. Não estamos sós! Existem muitas formas de vida coexistindo com gente a nível microscópico, ecossistemas e outros Universos. Veja um nascer do sol porque a vida vibra, todos os animais saem em gratidão pelo novo dia, é lindo.

Gente vocês precisam conhecer o PANTANAL, fica no Brasil e é muito mais barato do que qualquer destino       internacional e só existe aqui. Que privilégio o nosso! Quando você entra nesse ecossistema, você percebe que ele existe de forma plena e independente sem você.  Sabe o que é essa sensação? Você se sente uma poeira cósmica que é o que somos mesmo.

Quando eu cruzei a transpantaneira num Golzinho alugado (146km de POCONÉ a PORTO JOFRE com mais de 120 pontes, sendo 66 de madeira caindo os pedaços) com mais 2 lokas minha irmã e a Drika foi a coisa mais surreal que eu já vivi. Os bichos de todos os tipos jacaré, pássaros, insetos, capivara  e flores, vitórias régias, arvores e plantas de todos os tipos te cercam. O pôr do sol deixa tudo negro e só o céu fica laranja-avermelhado e parece que você some. Tudo ali está vivo, tudo que eu quero dizer tudo mesmo, o céu, as cores, as pedras, a terra vermelha, parece que as arvores olham quando você passa sabe igual nas histórias do gibi.

Nós fomos até PORTO JOFRE pra pegar uma lancha e procurar a onça pintada pelas pequenas “estradas” aquáticas, vocês não imaginam são cerca de 50 barcos pequenos, na maioria homens e nenhum brasileiro, somente nós. Cada um vai por uma parte do rio e os barqueiros vão se comunicando via rádio para cercar a onça. quando ela dá as caras, todos correm pra chegar, vem barco de todo lado. Achamos uma descansando com os filhotes na sombra de uma árvore. Os barcos ficam todos ali na frente dela, se dabatendo pra ver quem fica mais perto, japoneses com câmeras com lentes de mais de 1 metro e 15 cm de diâmetro, uma coisa que eu nunca tinha visto antes. E a protagonista mascando na maior tranquilidade como se nada tivesse acontecendo, juro eu tô tentando mascar desse jeito em vários momentos da vida e não consigo e talvez ela estivesse pensando, “gente quanta energia desperdiçada pra nada” kkkk

Não tenho nenhuma pretensão de ser lida apenas quero contruibuir com o grau de sabedoria que tenho nesse momento e passar uma mensagem que pode de alguma mudar a vida de alguém positivamente porque pra mim felicidade é um estado de espírito.